quarta-feira, 28 de julho de 2010
Persiana
E em um grosseiro e malcriado puxar
Em pedaços arrebento minha persiana.
Uma fúria voante vira logo um xingar,
Pois de vida não teve nem uma semana.
Estava tudo tão bom, tudo tão divino.
Vê-la passando era o meu desenfado.
Não importa se ele é sempre repentino.
Bastam uns vultos que eu fico enlevado.
Porém o problema é tentar esconder
Esse eu acanhado que nasce contigo.
Que te olhas e tem o seu corpo a tremer,
Vencido pela mudez, incessante castigo.
Nem ao menos consigo saber o teu nome.
E também se este homem é o teu namorado.
Tomara que tenham o mesmo sobrenome.
Na melhor das hipóteses: um amigo viado.
Mas com o tardar do dia, ele deixa teu lar.
Com isso caminhas em direção à janela.
Percebes então que estou a te espiar.
Bem sutil e graciosa, dás uma piscadela.
Caio Sereno.
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muito boooooom.. gostoso de ler
ResponderExcluircom um toque de humor muito bom
comecei a ler esperando algo mais sério e me surpreendi.. mas uma surpresa bem legal de ler.
adorei! ;*