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Aviso

O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Uma doença

Em mim habita uma doença
Çádica e consumidora.
Rastejando pelo meu esôfago,
Goza plena a sua existência.
Ci a perguntarem o que é,
Éla falará de malgrado,
Domando todos os seus sintomas.
Máscaras tomarão teu rosto,
Tolindo o negro das minhas olheiras.
Rasgo teus diagnósticos, doença,
Çabes bem que não te gosto enfim.
Fimdando a noite, sei que tu retornas
Nas manhãs, deitando-se sobre mim.
Mimnha culpa é abraçar-te junto ao peito
Tomando-te sempre como órgão vital.
Talvez eu goste dos teus carinhos
Nhos beijos gélidos de solidão.
Dão eles o conforto do sono sadio
Di outra noite que tarda em acabar.
Barsta que dês um estalo,
Logo tu me terás em sua posse.
Sse engana, porém, quem me ver feliz.
Lizpero diariamente deixar meu corpo,
Podendo, enfim, mostrar que eras tu
Tudo aquilo que me fez ser assim.

Caio Sereno.

domingo, 15 de maio de 2016

Sozinha

Por que me deixaste tão sozinha
À tua promessa, fissurada 
Tornaste enevoadas
Minhas manhãs sorrindo
Te descobrir partindo
Virou meu passatempo
Querer-te a contratempo
E perceber

Que a voz lá dos teus sambas me acarinha
Surge e me trespassa inteira
Mas guardo minhas bobeiras
Seguindo teu protocolo
E castigar-me a açoite e de branquinha
Ficarei sem reparo
Ignorar o coro
De quem implora o fim

Sonhar nosso casebre, e na cozinha
Facas, uma tábua e o azulejo
Temperar teu desejo
E ser tua receita
Me aquecer à beça e com farinha
Untar teu corpo inteiro
E exibir teus cheiros
Só em mim

Tornar os meus enfeites teu deleite
Na beleza que esmiuçaste
Do peito que já choraste, relembrar
Ao teu coração perdido
Poder ser recolhido
Pelo meu pra sempre
E que o futuro centre as entrelinhas
No amor que tu continhas
E nunca ter sabido.

Caio Sereno.

Paródia da música "Uma Canção Desnaturada", de Chico Buarque.