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Aviso

O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

domingo, 23 de outubro de 2011

O homem da face de vidro

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      O homem da face de vidro era o que era assim como todos são o que são. Tinha os seus defeitos, os seus acertos, seus ensejos e suas paixões. Gostava de música, matemática e alemão. Reclamava da monotonia, queria mudar de emprego, lidava com a saudade, vagueava em pensamentos tolos sobre os mistérios da vida. Deixando de lado as coisas que o tornavam único, como o jeito expansivo de se expressar, a forma incomparável de reconfortar, os passos largos na hora de andar, o homem da face de vidro era um homem como qualquer outro. Mas o mundo não o via assim.

sábado, 15 de outubro de 2011

Eclipse

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Caso a dúvida a encontre, não prossiga,
O meu amor não merece tanto desdém.
Mesmo que com palavras eu não te diga,
Do teu “eu te amo” nasce o meu também.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Céu nebuloso

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Lá se dorme com olhos entreabertos,
Lá se brinca em ruas quase fechadas,
Lá se percebe os tantos futuros incertos,
Lá se escondem almas abandonadas.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Era um vez

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      Era um vez alguém que não acreditava em contos de fadas. Achava mais que a vida era um filme de terror ou um quem sabe um peça de teatro com um elenco de segunda mão. Imaginava que não crer no impossível era a única forma possível de ser sensato. Afinal, os nossos desejos mais intrínsecos só se realizam de fato em realidades fantasiosas. E fantasia ao seu ver era uma ideia que somente serviria àqueles que errados dizem ao fim do dia amar alguém para sempre, ou que sempre estarão ao seu lado, ou que o dia de amanhã tende sempre a ser melhor. Os seus dias passavam e pareciam só piorar. A mágica acontecia quando um coração que supostamente não suportaria tanta solidão e amargura, permanecia batendo, como se houvesse motivos para isso.