Querido diário
Folheio as tuas páginas secas
E afasto a poeira com a ponta dos dedos
Por medo de te quebrar
Sigo o movimento das tuas folhas
Como ondas que crescem no cabeçalho
E morrem aos poucos no rodapé
Assim afogo o meu desabafo
Em meio a letras borradas e disformes
Que lutam pra se empalavrar