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O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Medo maior

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Poucos sabiam o que ali ocorria de fato
Pois nunca se acreditou em final infeliz.
Correr com as próprias pernas e andar descalço,
Desconhecer o chão e se perder nos passos,
Ser de uma hora para a outra dono do meu nariz.
Agora a vida me expulsava da escola,
Sem nunca eu ter deixado de ser aprendiz.

Ê, me perdoa,
Quanto tempo faz
Que saudade!
E que vontade de voltar a ter outra idade
Pra reviver de novo o tempo que se esvai.

Mas eu ainda sinto a pontada no peito,
Ansiedade terrena que só lá me traz.
Cansar naquela rampa todo santo dia,
Entrar sem caderneta, atitude audaz
Passar e perceber que lá se foi o medo
Daí era manter aquele caso em segredo.
E curtir o resto do meu dia em paz.

Ê, vida tola,
Vai, no tempo vai
E naquela felicidade
Encontrei em toda gente um pouco de amizade
Coisa do coração que até hoje não sai.

E como todo pássaro abandonei o ninho
Não olhando pra trás evitando o chorar
Sem saber o que fazer nessa nova rotina
Já que nunca eu pensei em te largar
Até que um dia eu soube me tiraram tudo
E eu ali tão tristonho, acabado e mudo
Sem perceber eu era ex-aluno já.

Ê, vida voa,
Vai, no tempo vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que seria tamanha crueldade
Pedir que ali fique quem triste se vai
Pois o que fica é a memória completa
Tão habituada com essa conversa
Temendo ficar sobre o tempo dispersa
E o meu medo maior é não poder lembrar.

Caio Sereno

Inspirado na colação de grau do CPIIUESCIII 2011/2012 e na música “Espelho” de João Nogueira.

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