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O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

domingo, 6 de maio de 2012

Fim de feira

feira_gloria

Vês o meu corpo disforme no chão?
De tão colorido, suave e deleitante
Hoje padeço neste chão repugnante
Sem saber porque não servi à refeição.

Das mãos, sinto saudade dos carinhos
Dos apertos teus buscando consistência
Tentando se guiar somente pela aparência
A fim de encontrar doce fruto nos espinhos.

Que maldade vislumbrar-me deste jeito.
Alimentar-me a esperança malcheirosa,
Fazer-me topo da pirâmide, mentirosa,
E então falar e se queixar de meus defeitos.

Pois não és tu que ficarás despedaçada,
Em meio ao lixo, maltratada e sem valor,
Sem ter um nome, identidade ou sabor,
Ser somente matéria, matéria inutilizada.

Caio Sereno.

Um comentário:

  1. Lindo lindo!
    Lí esta frase um dia" O poeta só é grande se sofrer!" Utopia ou não?
    bjssssssss

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