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O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Metade

Ó metade estragada de mim
Sinto teu cheiro pútrido
Teu aspecto pegajoso
Aqui bem perto de mim
Minhas veias desnutridas
Desse meu sangue frouxo
Pedem socorro
Querem meu corpo feliz
Ou que ao menos meu rosto
Todo cínico e dissimulado
Se abra enfim.

Ó metade escondida de mim
Que não tem receio
De me enfrentar
E me deixar assim
Com uma tristeza inquieta
Sem prazo de validade
Já que o motivo da infelicidade
É motivo teu
Logo tu, metade corroída
Não abandona teus segredos
Por ser mais forte do que eu .

Ó metade que é minha sim
Te nego a todo tempo
Não aceito a tua ferida
Faço dela o meu motim
Pois tenho medo de ser essa
A postura da outra metade
Antes tão sã
E cheia de si
Ficaria frustrada
Com a metade que eternamente
Faria parte de mim.

Caio Sereno.

Um comentário:

  1. A quanto tempo não comentava por aqui, mas assim que vi um poema vim aqui ler.
    Gostei bastante da dramaticidade que ele contem, isso traz um encanto ao poema e todas as comparações usadas são fruto de grande inspiração ao escrever.Temos em nós essas metades, algumas delas temos normalmente e outras deles desejamos nem ver....

    ótimo Poema! *-*
    Abraços e um Bom Domingo!

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