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O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

sábado, 28 de setembro de 2013

Logo ali

Que moço malandro
É esse chegando
Quase vem sambando
No seu caminhar
O seu olhar continua
A deixar-me tão nua
Que me faz encabular
Foi se aproximando
Eu a arrepiar
Já foi me tocando
Num acariciar
E em tudo que ele disse
Pudera incluísse
Que era o seu lugar
Logo ali, logo ali
Logo ali, ai, o meu guri logo ali
Logo ali, eu e meu guri

E ele nega
Nega estampado
Seu rosto não mente
Por mim ainda sente
Todo um inebriar
Basta enxergar-me com outro
Se contorce todo
Evita me encarar
E na nossa dança
Me jogou ao centro
Giro e pirueta
Não foi me buscar
Segue ainda negando
Meu argumento
De que ele quer
É monopolizar, logo ali
Logo ali, ai, ser só sua logo ali
Logo ali, só do meu guri

E ele beija
Beija molhado
Na nuca ou de lado
Entorpece minhas pernas
Meus olhos, boca e tudo mais
Eu não entendo o seu jeito
Bom-moço
Cheirando o pescoço demais
Meu guri pacato
Acho que é tão lindo
Acho que sorrindo
Não vou me aguentar
E se caso eu me despedisse
Com outro
Contigo é que eu queria estar
Logo ali, logo ali
Logo ali, ai, com meu guri, logo ali
Logo ali, com o meu guri.

Caio Sereno.


Inspirado na música “O meu guri”, de Chico Buarque.

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