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Aviso

O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cada dia mais próxima

Cada dia mais próxima
O teu perfume de chorume já preenche quase toda a minha inalação
Repousando meu peito extenuado
Já farto dos ares daqui
Sinto-me pronto para explorar o infinito do tempo
O sonho eterno de uma mente sem lembranças
As noites infindas de lua eclipsada
E tudo que o teu beijo podre pode me fornecer
É como se eu não pertencesse àqui
E cada passo parecesse estranho aos meus pés
Na certeza da existência de algo melhor

Cada dia mais próxima
Eu me sinto mais longe
Vou me desvinculando das amarras terrenas
Já tão frágeis e desgastadas
Corroídas por mil razões que eu nem sei mais como definir
Presentes nessa rotina insossa
Desvalida e agoniante
Que eu ainda insisto em seguir
Confundindo os rostos alheios com os meus sorrisos feios
Que nada mais são do que o retrato da mentira intrínseca
Que reside impregnada no meu coração

Cada dia mais próxima
Busco formas diversas de te alcançar
Antecipar o nosso encontro indefinido
Como quem aduba o teto na esperança de ele cair
E assim desmoronar sobre a cabeça os planos não concluídos
Os ferimentos nunca sanados
Meus desejos preferidos e os segredos mais contidos
Nós não precisamos de nada disso
Aliás, não precisamos de nada
Pois no aconchego dos teus braços
Do mundo nada mais hei de querer.

Cada dia mais próxima
Cada dia mais
Cada dia
Cada

Caio Sereno.

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