Quero fugir do teu porto
Sem deixar mensagem
E por qualquer bobagem
Esquecer tua imagem
Quando a saudade vem
E também pra me curar
Da tua vaidade brava
Que desapega da minha entrega
E carrega tudo o que eu gostava
Quero lembrar do teu porto
Feito cocaína
Que logo me ilumina
Enaltece e leva à ruína
Quando a saudade vem
E nos acasos vastos
Do teu abraço
Me sentir um trouxa que se descarta
E se rasga em mais de mil pedaços
Quero não mais ser quem conduz
As tuas respostas
Pra ver se gostas
De se sentir na bosta
Quando a saudade vem
Quero ser a infeliz
Memória intempestiva
De um adeus vazio
Sem nenhum esboço
Ou expectativa
Desculpas e razões
Com histórias eloquentes
Que me atiçam
A ser um bobo
Mas nem tentes
Caio Sereno.
Inspirado na música “Tatuagem”, de Chico Buarque de Hollanda.
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