Ela me veio com um sorriso vermelho,
Lábios que sobressaltavam na multidão.
Toda a sua euforia era enebriante
E fazendo-se de louca e delirante
Ela esbanjava a sua satisfação.
A sua face pintada, branca de fantasia
Tinha um quê de alegoria
E beleza de fim do dia.
Por mais que ela se transformasse,
Em mil foliões eu a encontraria.
A garota do mês de fevereiro era otimista.
Para ela, o carnaval não acabaria
Quando chegasse a quarta-feira de cinzas.
E nessa doce ingenuidade,
Ela acordava já com serpentinas
E saldava as ruas banhada em confetes
Para inspirar os corações ranzinzas.
Não é sua culpa esse mente imatura.
Logo ela, nascida de uma aventura
Nos lençóis embriagados de excitação.
Hoje, ela reclama da demora,
Chora em frente ao espelho que outrora
A viu tão colorida e feliz.
E eu já desesperado, sonho com a Colombina
E retorno à minha rotina
Como um Pierrô aprendiz,
Mas que vê solução na tristeza
Pois haverão carnavais com certeza
E ainda hei de ser seu Arlequim.
Caio Sereno.
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