Vida de Pirata

Velejava nos mares de sombria existência
Tempestades, furacões, um caminho absoluto
Onde a luz era mito e o frio procedência
Da profunda decadência de um viver irresoluto.



Sentia-me num fosco, opaco e obscuro
Um refúgio angustiante, carregado de carência
Sem razões para o presente, igualmente o futuro
Que se tornava mais recente, perdendo a paciência .

Minha alma degradava, esfarelava migalhas de vida
O fim parecia próximo, o caminho dos céus já era vizinho
Porém um navio aparece, eis que surge uma saída
À morte minha despedida, sigo em frente num novo caminho .

Tu me deste alimento, foste meu verdadeiro amparo
Iluminaste os dias sombrios, constantemente noturnos
Ensinou-me a graça de ser, que existir é algo bárbaro
Descobri um novo mundo, tão primoroso como Saturno .

E o tesouro ambicionado, então brota defronte ao olhar
Perceber que tu és um achado, me alerta um grande perigo
Que se amanhã ainda estiveres, ao meu lado a navegar
Que eu volte a relembrar, você é meu grande amigo.

Caio Sereno.