Divino Desafeto

De início eu fiquei até um pouco apático,
Fruto do estrondo que a realidade causou.
Enxergando-me como um cego e lunático,
Fruto da paixão que em mim você atentou.

Eis então que acordo de tenebroso pesadelo,
Que tem sufocado-me durante este temporal.
O ar é mais puro e o sol nasce como um novelo,
Jogando seus fios de luz anuncia algo especial.

O caminho que se abre e segue no horizonte
Desperta em mim vontade de existir já reprimida,
De querer saber de tudo, escalar o mais alto monte,
Deixando em minha mente tua imagem enfraquecida.

Não sei se já percebeu mas o céu é meu amigo.
Ajudar-me-á a esquecer toda dor de uma lembrança.
Do passado fará dele meu mais formidável inimigo,
E o futuro tornar-se-á na primorosa esperança.

Ao fim do dia, aliado ao meu viver compenetrado,
Permaneço buscando nessa estrada aventuras.
Nasce em mim repentino desejo de um pecado,
Verdadeiro e revoltado, por um mundo de loucuras.

Caio Sereno.