Ela me veio com um sorriso amarelo,
Típico de quem nasceu com o verão.
Todo o seu resplendor era disfarçado,
E fazendo-se de cínica e dissimulada
Ela eclipsava toda a sua vastidão.
A sua pele suave, vermelha de urucum,
Tinha cheiro de maresia
E presença de ventania.
Por mais que ela se enublasse,
Com ela o mundo se aquecia.
A garota do mês de dezembro era suicida,
Para ela a vida se acabaria
Na primeira gota a precipitar.
E nessa extrema credulidade,
Ela fazia contagens regressivas,
Baseando-se na prerrogativa
De que o amanhã se perderia no ar.
Não é sua culpa essa mente atrasada,
Logo ela, que já nasceu adiantada,
Perdendo uma hora de respiração.
Hoje, ela reclama da temperatura,
Afirma que o dia muito perdura
E que as sombras não dão mais vazão.
E eu já abrasado, escuto o apelo interno
Desse meu coração de inverno,
Que nunca sabe se neva ou não,
Mas que agora afirma com tanta certeza
Que, ao ver-te, sabe que a sua natureza
É permanecer eternamente na tua estação.
Caio Sereno
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
A garota do mês de dezembro
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