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O autor adverte que o conteúdo dos textos a seguir pode ser de origem real, imaginária ou onírica. Logo, em se tratando de semelhanças com o cotidiano, os mesmos podem distorcê-lo em intensidade e veracidade dos fatos.

sábado, 8 de dezembro de 2012

No dia de minha morte

No dia de minha morte, eu verei o teu olhar oblíquo
Num pensamento longíquo, que em mim pouco restou.
Durante o café-da-manhã, encontrarei o teu lugar vazio
E uma xícara de café frio com a marca de batom que ficou.

No dia de minha morte, eu sairei pelo caminho errado,
Ignorando os sinais fechados e tudo aquilo que me fizer parar.
Então o mundo à minha volta e toda a sua magnitude
Reduzirão a sua amplitude em face da tristeza que eu tento suportar.

No dia de minha morte, sentirei o meu corpo extenuado
Por, em tantas noites, desidratado, eu ter por ti chorado demais.
E a tua morte, ainda em minhas lembranças tão recente,
Fará do futuro algo incoerente, uma expectativa que só se desfaz.

No dia de minha morte, eu terei riscado no calendário
A data do nosso aniversário e todos aqueles que ainda iam vir.
E tendo em meu corpo o mais autêntico presídio,
Cometerei o meu suicídio para ver essa dor deixar de existir.

Caio Sereno.

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