Uma paródia do poema de Vinícius de Moraes, “Soneto de Separação”.
De repente do presente fez-se o passado
Quieto e misterioso como já de costume
E das lembranças um algo não terminado
E dos teus lábios a fonte do meu ardume.
De repente da inércia fez-se a vontade
Que das dores refez minha busca infinda
E do canto da boca o lar da insanidade
E da dúvida que eu tive a que tenho ainda.
De repente, e não mais que de repente
Fez-se reflexivo o que se fez apático
E de apaixonado o que se fez carente
Fez-se do escritor frio poeta dramático
Fez-se da vida vazia prazer asmático
De repente, e não mais que de repente.
Caio Sereno.
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