
Desde que a vi pela primeira vez, não houve um dia sequer em que não passei em frente àquela estação de trem. Ainda não sei o que de fato me prendia ali, mas o meu fôlego se esvaia sempre que enxergava os seus muros altos, brancos e iluminados, a sua calçada suja e amarrotada pelos tantos pés que ali já pisaram, o seu letreiro já desgastado, mas que mantinha a mesma imponência de tempos passados. Tudo fazia com que me sentisse parte daquilo de alguma forma, e eu sabia, que em algum momento, eu descobriria o porquê, mas naquele instante, a Estação 174 era somente uma estação de trem.