segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Sem título
Não esperes que eu diga palavras concretas.
Meu discurso é confuso, intrigante e apático,
Qualidade inerente, bem comum aos poetas,
Que de forma indiscreta sempre ficam dramáticos.
E o receio maior é que estes cantos consigam
Deformar um sentimento que não está bem claro,
Que eles mudem ardor para amor e que prossigam
Afirmando que sem ti, sou sem asas um pássaro.
Quiçá no amanhã, à luz do sol, acaso eu mude
E acorde empenhado a invadir este teu seio,
Assim, mostrando eu, esse amor na plenitude
Da certeza que tu és a mulher a qual anseio.
Porém, agora, no presente, sigo ainda distraído
Só pensando o que seria uma vida ao teu lado.
Permaneço então calado, descabido e diluído
Neste sonho, desvarrido, ser-humano apaixonado.
Então volto à realidade, fico menos esclarecido,
Pois a graça deste jogo são as cartas encobertas
Por essa hostilidade, atiçamento indefinido,
Que apesar de sem sentido pode ser já um alerta.
Caio Sereno
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Poema divino, gostei mesmo das rimas, do ritmo, do tema do qual ele fala! Parabéns, você escreve com muita inspiração, admiro muito suas palavras :)
ResponderExcluirA paixão vem,ela tem um pouco em si algo não concreto, é algo que não está firmado, um pouco confuso ainda e que o tempo trata de esclarecer.
Então desse modo ainda não se mostra totalmente e há o receio cobrindo o nosso coração. Eu me vi dentro desse poema,por ter passado por essa situação e você deve também deve estar passando por isso.
Acho que nesses casos temos que ser assim, esperar e ver quais são os verdadeiros anseios...
Bjos.
Boa Tarde! =D