
Não esperes que eu diga palavras concretas.
Meu discurso é confuso, intrigante e apático,
Qualidade inerente, bem comum aos poetas,
Que de forma indiscreta sempre ficam dramáticos.
E o receio maior é que estes cantos consigam
Deformar um sentimento que não está bem claro,
Que eles mudem ardor para amor e que prossigam
Afirmando que sem ti, sou sem asas um pássaro.
Quiçá no amanhã, à luz do sol, acaso eu mude
E acorde empenhado a invadir este teu seio,
Assim, mostrando eu, esse amor na plenitude
Da certeza que tu és a mulher a qual anseio.
Porém, agora, no presente, sigo ainda distraído
Só pensando o que seria uma vida ao teu lado.
Permaneço então calado, descabido e diluído
Neste sonho, desvarrido, ser-humano apaixonado.
Então volto à realidade, fico menos esclarecido,
Pois a graça deste jogo são as cartas encobertas
Por essa hostilidade, atiçamento indefinido,
Que apesar de sem sentido pode ser já um alerta.
Caio Sereno
Poema divino, gostei mesmo das rimas, do ritmo, do tema do qual ele fala! Parabéns, você escreve com muita inspiração, admiro muito suas palavras :)
ResponderExcluirA paixão vem,ela tem um pouco em si algo não concreto, é algo que não está firmado, um pouco confuso ainda e que o tempo trata de esclarecer.
Então desse modo ainda não se mostra totalmente e há o receio cobrindo o nosso coração. Eu me vi dentro desse poema,por ter passado por essa situação e você deve também deve estar passando por isso.
Acho que nesses casos temos que ser assim, esperar e ver quais são os verdadeiros anseios...
Bjos.
Boa Tarde! =D